Quando eu comecei a ler o livro "Os Escolhidos" eu ainda estava no hype da série de TV.
E isso influenciou muito na minha impressão inicial do livro, porque embora o seriado seja baseado na literatura, as semelhanças não são muitas.
Enquanto no seriado o foco é na ação, na luta pela sobrevivência e os conflitos pessoais de cada personagem ficam, de certa forma, em segundo plano, nos livros há uma inversão desses dois aspectos. E embora os 100 precisem de fato lutar para sobreviver, a construção dos personagens é mais elaborada, o que é perfeitamente natural.
Nem todos os personagens principais dos livros estão no seriado, e muitos que estão na TV sequer aparecem nas obras. Além disso, na série um volume muito grande de fatos e informações acontecem em pouco tempo, enquanto os livros pegam um tópico específico e trabalham apenas ao redor daquele tópico até o final da obra. Exemplo, o primeiro livro, "Os Escolhidos", na sua integralidade, corresponde apenas ao primeiro episódio da primeira temporada do seriado!
E por conta disso, quando a temporada acabou, eu emendei a leitura dos livros, e fiquei completamente decepcionada, porque são muito, muito diferentes. O seriado é dinâmico, ágil, frenético. O livro fica oscilando entre momentos presentes e flashbacks para explicar determinados relacionamentos entre os personagens. Além disso, os livros são CURTOS! Apenas o terceiro passa de 200 páginas, e se considerarmos as possibilidades do universo de The 100, isso é MUITO POUCO!
Meses depois de ter assistido a série, peguei os livros para recomeçar a trilogia, e aí sim, sem hype e desacostumada com o frenesi alucinante do seriado, os livros se apresentaram como uma ótima leitura, prendem a atenção, nos possibilitam conhecer melhor alguns personagens e outras possibilidades de histórias que não foram abordadas na TV. No entanto, quando terminei a leitura, apesar de muitíssimo satisfeita, fiquei com a sensação de que as obras foram baseadas na série, e não o contrário, pois o universo abordado na TV é infinitamente mais rico que o dos livros, o que é uma pena.
O fato de os livros não terem nenhum tipo de "limitação" possibilitaria o desenvolvimento de inúmeras situações, fatos e conflitos, mas infelizmente isso não acontece. Fiquei com a sensação de que algo mais poderia ser desenvolvido, de que mais coisas poderiam ter acontecido, de que a história é muito morna, as batalhas deixam a desejar, a sensação de que sempre faltou "alguma coisa".
Afinal, uma obra com esse universo riquíssimo merecia livros de 500 páginas, e não de 180, rs!
No final, recomendo para quem quer complementar o conhecimento do universo de The 100, ou preencher o "vazio" até o lançamento da próxima temporada!
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